Na quinta-feira dia 21 de fevereiro de 2013, havíamos desistido da circum-navegação da ilha de Santa Catarina (veja a postagem feita por Tiane Bossle, em http://seminhabicifalasse.blogspot.com.br/2013/04/terceiro-e-ultimo-dia-de-remada-21022013.html) em virtude do vento nordeste muito forte, e da previsão de vento sul com sweel de 3,0 metros para o dia seguinte, quando deveríamos remar de Ingleses até a Lagoa da Conceição.. A sexta foi, mais que justo, um dia de descanso e de consertos (especialmente da nossa judiada Dobló!). Todavia o “índio-guru” (www.windguru.cz) previa para o sábado um swell menor (2,6 m pela manhã, diminuindo pela tarde). Ficou decidido, então, que no sábado faríamos a travessia desde a praia da Armação do Sul até a Ilha do Campeche, e de volta, em nossos caiaques oceânicos (a Tiane me emprestou o seu), sendo que Maria Helena e Tiane iriam e voltariam da ilha de barco a motor.
Nos encontramos no sábado em frente á igreja de Armação do Sul, e após algum tempo gasto com o estacionamento dos carros e a preparação dos barcos, estávamos de partida por volta das 11h00 da manhã. O barco das gurias saiu 10 minutos depois de nós.
A travessia de ida foi tensa, ao menos para mim, que remava em um caiaque que não era o meu (duplo) - além do que o barco estava vazio (por preguiça, confesso, não tive saco de encher sacos estanques com areia da praia como lastro) Nunca fiz tanto apoio como neste trecho! O dia estava lindo, porém, o vento local estava razoavelmente bem comportado e o swell estava magnífico e intimidante. Infelizmente, como costuma acontecer quando se filma situações como essa com câmeras amadoras, as imagens que conseguimos da travessia, tanto as fotos quanto os vídeos, não fazem juz à imponência das ondas naquele dia .... Mesmo para quem estava no barco a motor (veja a postagem da Tiane em http://seminhabicifalasse.blogspot.com.br/2013/03/segundo-dia-de-ferias-primeiro-dia-de.html). Tudo correu bem, todavia, e chegamos na ilha em 50 minutos de remada cheia de adrenalina e sem problemas.
Tiane e Maria Helena haviam chegado há cerca de 5 minutos. Logo estávamos bem instalados em uma mesa, na areia e na sombra, de um bar simples que existe no local. A Tati e o Vini chegaram meia hora depois em outro barco a motor. Aaproveitamos para conversar bastante. Claro, acompanhados de algumas cervejas, alguns peixinhos fritos e batatas fritas!
Trieste chegando à ilha
Aguardando as
cervejas e os peixinhos
A praia da ilha do Campeche, a 1.500 metros da costa da ilha de Santa Catarina, é muito bonita, bem preservada e relativamente longa (600 m) para o tamanho da ilha (com apenas 592 m2 de área). Na verdade, entre as ilhas pequenas de nosso litoral, a do Campeche é a que tem a praia mais extensa de todas! A água é calma e suficientemente transparente para valer à pena levar equipamento de snorkel. Existem também inscrições rupestres, somando mais de 150 desenhos catalogados em 21 sítios arqueológicos espalhados pela ilha, além de 9 estações líticas (onde se afiavam ferramentas de pedra polida), e 1 sambaqui (amontoado de conchas onde eram enterrados os mortos e os animais, e são encontradas restos de cerâmica, ferramentas e armas). Tombada em 2000 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), de fato a ilha dispõe da maior concentração de arte rupestre e oficinas líticas de todo o litoral brasileiro em um mesmo sítio. Existem trilhas, guiadas e pagas, que levam aos sítios arqueológicos.
Para nós, todavia não houve tempo para elas. Leonardo e Marcio, por exemplo, aproveitaram para realizar um pequeno treino na praia da ilha, e depois partiram para uma circum-navegação da mesma. Após duas horas na ilha, preparamos os barcos e partimos em direção à praia da Armação. O barco das gurias saiu logo em seguida, por volta das 15h30.
Como previsto, o swell já havia diminuído um meio metro, de modo que a travessia foi mais relaxada que a da vinda. A maior tensão se deu quando o Leonardo resolveu passar bem próximo à ponta sul da ilha do Campeche, onde existe uma laje submersa que “acavala” as cristas de onda que ali incidem. Com isso, suas faces dianteiras tornam-se muito íngremes e as ondas quebram parcialmente no local. Isso pode ser visto na segunda parte de um vídeo postado no YouTube.
http://youtu.be/FfDGhzbebzE
e na foto abaixo.
Esch enfrenta onda na ponta sul da ilha (Foto Leonardo Esch)
O trajeto de ida e volta (veja imagem abaixo), sem contar a circum-navegação da ilha do Campeche, totalizou 15 quilômetros. A circum-navegação da ilha corresponde a mais 5 quilômetros.
Já na praia de Armação do Sul, satisfeitos e felizes, era hora de tirar a foto “oficial” da empreitada!
Já na praia de Armação do Sul, satisfeitos e felizes, era hora de tirar a foto “oficial” da empreitada!
A hora do Urruuuuh (Foto Tiane Bossle)