sábado, 29 de junho de 2013

Remada com Acampamento no Saco do Mamanguá


      Chegamos à charmosa Paraty, RJ, no dia 27 de janeiro de 2013, um domingo, provenientes de Guaraqueçaba, PR, onde havíamos feito a circum-navegação da Ilha das Peças (veja postagens do mês anterior). Em julho de 2011, havíamos visitado Paraty pela primeira vez, e aproveitado para remar desde Paraty-Mirim para conhecer o Saco do Mamanguá. Lá acampamos (camping selvagem) uma noite em uma prainha na metade final do Mamanguá, retornando no dia seguinte a Paraty-Mirim. Gostamos tanto do programa que resolvemos que voltaríamos um dia para conhecer a região no verão e aproveitar para estender a remada um pouco mais, saindo do Mamanguá e contornando a ponta da Cajaíba para conhecer as praias que existem mais ao sul do Mamanguá.

        Ficamos hospedados na estrada que sobe a Serra da Bocaina, ligando Paraty a Cunha, RJ, na simpática Pousada das Acácias, a 2,5 km do centro histórico de Paraty. Cansados, comemos uma pizza no centro da cidade e voltamos à pousada para dormir cedo. Os três dias seguintes, reservados para curtir a cidade e arredores (de carro), foram no entanto desanimadores por causa da chuva (fina) que se fez presente a maior parte do tempo. E quando não chovia o céu nublado era uma constante! Com as previsões favoráveis para quinta-feira, aproveitamos a quarta para fazer compras e arrumar cuidadosamente as tralhas de canoagem e camping, pois iríamos remar e acampar por 3 dias seguidos.

          E de fato, como previsto, a quinta-feira estava ensolarada! Às 8h30 partíamos da pousada em direção à vila histórica de Paraty-Mirim. Exatamente duas horas depois, partíamos em nosso caiaque oceânico duplo rumo ao Mamanguá. Quase não havia vento e logo percorremos os 2,5 km até a ponta norte que forma a boca do saco do Mamanguá. O dia não podia estar mais lindo!

 As tralhas que levamos. Ponto de partida: Paraty-Mirim.

Barco preparado para partir

Entrando no saco do Mamanguá

      O saco do Mamanguá é uma ria, ou seja, o estuário de um rio pré-histórico (quando o nível do mar era dezenas de metros mais baixo do que o atual) que foi posteriormente alagado com o degelo da última glaciação e a consequente subida dos oceanos. Sua forma, especialmente quando visto de cima (veja a imagem de satélite abaixo), lembra muito a de um fiorde, embora realmente não o seja. A distância entre a boca do saco, considerada aqui como sendo a ponta norte, e o fundo do saco - onde existe um mangue - é de pouco mais de 8 km, de modo que a distância entre Paraty-Mirim e o fundo do saco não chega a 11 km. A ponta sul da boca do Mamanguá é a ponta da Cajaíba, que se prolonga bem mais mar adentro do que a ponta norte, separa o Mamanguá da enseada da Cajaíba, para onde iríamos no dia seguinte e que ainda não conhecíamos. 


    Dois quilômetros após a entrada do saco, paramos no pier de uma residência de veraneio desocupada, na margem norte do Mamanguá. Aproveitamos para comer alguma coisa, pegar sol, fotografar e, simplesmente, contemplar toda aquela beleza. Seguimos em direção ao fundo do saco pela margem norte,  e mais adiante paramos numa praia muito bonita um pouco antes do começo do mangue. Seguindo adiante, entramos na região do mangue e a água tornou-se completamente turva e marrom. O mangue do Mamanguá foi uma grata surpresa. Em vez de bancos de lama, monotonia paisagística e falta de locais para desembarcar, como é típico desse tipo de região, o mangue do Mamanguá é lindo, variado, com diversas pequenas praias de areia clara e muitos matacões de granito aflorando nas margens. Sem dúvida, o mangue mais bonito que já vi!

Ê vidão! Maria Helena toma sol no pier de uma 
residência  desocupada, onde paramos para 
descansar e contemplar a natureza exuberante. 

Jardim de rochas 

Seguindo em direção ao fundo do saco

Mais uma parada para descanso e contemplação. 
Pico do Cruzeiro ao fundo.

Olhando para trás

      Não paramos no mangue, todavia. Preferimos percorrer a enseada oval cercada pelo mangue e contemplá-lo de perto, tratando de manter baixa a velocidade do barco. Saindo da enseada no fundo do saco, começamos a voltar pela margem sul do Mamanguá. Logo chegamos ao local onde havíamos acampado em julho de 2011. Paramos ali por alguns minutos e depois seguimos remando bem fraco para prolongar propositalmente o percurso, de aproximadamente 4 km, que faltava para encerrarmos a remada do dia. Passamos pela vila do Cruzeiro, ao pé do pico homônimo. Quinhentos metros adiante, por volta das 16 h, e depois de ter percorrido a remo cerca de 18 km, chegamos ao quiosque e camping do casal Dna Maria Antônia e seu Orlando, onde pernoitaríamos. Fomos muito bem recebidos e instalados, e aproveitamos para conversar um pouco com seu Orlando, que possui um barco de pesca a motor e que sairia naquela noite para pescar até o amanhecer. Entre outros assuntos, estávamos muito interessados em informações sobre a travessia da ponta da Cajaíba. Seu Orlando nos instruiu a fazê-la o mais cedo possível no dia seguinte, por causa do vento. Pudemos perceber claramente em seu semblante uma certa preocupação com o que pretendíamos fazer no dia seguinte. No dia seguinte teríamos uma experiência inesquecível ...

        Curtimos o resto da tarde por ali mesmo, tomando cerveja que adquirimos na vila próxima. O dia havia sido perfeito. Fizemos nossa janta cedo e ficamos conversando longamente até surgir o sono, por volta das ... 20 horas! Nada mal, melhor seria dormir cedo e levantar também cedo no dia seguinte.

        Assista o vídeo da Caboka Jurema sobre o saco do Mamanguá:  Vídeo
     
Meditando. É muita beleza!


Dupla sertaneja no Mamanguá!

Barraca montada no camping de Dna Maria Antônia e seu Orlando

Prainha e quiosque do camping 

A vista a partir de nosso camping

   Percurso do dia (18 km)








3 comentários:

  1. Que legal, Trieste e Maria Helena!!!! Estes relatos estão cutucando o Leonardo... rsrsrs

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  2. Boa tarde, Trieste e Maria Helena!
    Adorei o post de vcs, incrível!!
    O caiaque vocês alugaram em Paraty-Mirim ?
    Estou pensando em fazer esse passeio também, mas não possuo um, queria que alugar.
    Grande abraço!

    Dalmo

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