terça-feira, 23 de julho de 2013

Remada por Costeira de Zimbros

      Havíamos chegado a Bombinhas, SC, no dia anterior, uma sexta-feira ensolarada de julho de 2013. Mas durante a madrugada de sábado choveu bastante e amanheceu nublado. Todavia o vento sul havia cessado quase que por completo, possibilitando na enseada de Zimbros, onde estávamos hospedamos, uma condição de mar adequada para remar em caiaque oceânico. Embora fosse um dia nublado de inverno, decidimos aproveitar a chance para remar, pois as previsões para o fim de semana eram desanimadoras - mais  chuva viria. 

      O destino escolhido foi o costão chamado pelos locais de Costeira de Zimbros, que separa a extensa praia de Zimbros do município vizinho de Tijucas. Incrustadas no costão, existem várias praias semisselvagens, algumas pequenas, outras minúsculas, interessantes para se conhecer em desembarques durante a remada. Aprontamos as tralhas rapidamente após o café da manhã e às 10 da manhã estávamos de partida da frente de nossa pousada (Delmar Residencial), que tem acesso direto à praia. 

Nossa pousada e local de partida - Delmar Residencial

Checando a orientação da câmera GoPro

Preparação do barco

Maria Helena faz um break para contemplar

      Partimos com uma leve garoa que em seguida cessou. Após somente 20 minutos de remada, desembarcamos na Praia da Lagoa. Tiramos fotos e ficamos apreciando a vista da enseada de Zimbros sentados sobre um enorme matacão de granito, com outro ainda maior formando uma pequena toca. Enquanto ali estávamos, o tempo melhorou um pouco, o céu ficou bem menos nublado e chegou a ter um mormaço. Infelizmente nosso sossego, e o dos animais, é claro, foi devidamente perturbado pelo barulho irritante e excessivo produzido por dois motoqueiros-mala, que praticavam seu "esporte" sonicamente imundo percorrendo repetidas vezes a trilha que acompanha o costão. Dois carinhas apenas perturbando quilômetros quadrados de mata virgem ...

Vista norte da Praia da Lagoa

Praia da Lagoa


Vista da praia a partir de nossa 'toca'

Conversa vai, conversa vem .... 

Trieste caminha na 'toca'

Motoqueiros-mala perturbando todo mundo (bichos incluídos)

      Meia hora depois, partíamos. O swell começou a fazer-se notar, com cerca de 60 cm altura, chocando-se periodicamente contra os matacões do costão. Esta parte do costão é especialmente bonita por causa dos jardins de pedra semi-submersos que embolsam a água empurrada pelas ondas acavaladas  sobre lajes submersas, o que dá uma dinâmica toda especial ao local. Passamos pela Praia Vermelha, a mais bonita que vimos durante todo o passeio. Além da bela faixa de areia avermelhada que possui, a praia é cercada por morros e por uma encosta gramada, salpicada de matacões de granito. Não nos animamos a descer por ser uma praia de tombo. O desembarque até que seria fácil, mas o embarque para sair da praia seria bem mais complicado.

Biguás em jardim de pedras

Praia Vermelha à frente

        Nesta parte do costão, notamos que uma faixa de água turva acompanhava o costão. Depois da remada, consultando o Google Earth, concluímos que se tratava de água provinda do Rio Santa Luzia, que deságua no mar bem junto à extremidade sul do costão. Quarenta minutos após termos partida da Praia da Lagoa, desembarcamos numa praia pequena e muito protegida, a Praia da Ponta Grande. Trata-se da penúltima praia do costão, depois dela havendo apenas a Praia de Santa Luzia antes de começar a enseada de Tijucas. Há uma casa de pescadores nesta praia, e vimos muitas redes recolhidas, penduradas nos galhos da amendoeiras ao redor da casa, mas não encontramos ninguém. Fomos recebidos, isto sim, por um simpático e faminto cachorro. Tão faminto que comeu algumas cookies de chocolate conosco. Agora finalmente o sol mostrava um pouco sua cara e o dia estava mais iluminado.

Chegada à Praia da Ponta Grande

Segura o barco!

Vista do canto sul da praia

O cusco nosso amigão

Vista do canto norte da praia. Outro cusco aparece.

Investigação - tem comida aí?

Tomando vinho ao sol

O cusco quer mais cookies!

 
Olha o equilíbrio!

Olha o equilíbrio rapá!

      Depois de quase uma hora na praia, começamos nosso retorno para Zimbros. Ao passarmos pela Praia Vermelha, vimos novamente os motoqueiros-mala, chafurdando na areia molhada do pequeno canal de deságue da lagoinha que existe atrás da areia. Dez minutos depois desembarcávamos na Praia Triste. Em que pese o nome, essa praia nos deu a alegria rara de ver limpeza e extremo bom cuidado geral com a natureza de seus únicos moradores (que não encontramos), residentes de uma casa modesta de madeira nos altos do terreno por trás da faixa de areia. Uma garagem náutica baixa guardava um barco de pesca típico da região. Local ideal para acampar, parte da praia está cercada e com de placas de Proibido Acampar, Propriedade Particular etc. Certamente que aquele trecho da praia não poderia estar cercado como parte de uma propriedade privada, mas, neste caso, demos nosso total apoio moral e silencioso. Não fosse assim, aquilo teria virado local de acampamento, e aí, já viu, né? Ficamos muito admirados com todo aquele cuidado com a natureza, pois a grande maioria dos pescadores costuma descartar  de tudo e um pouco na praia mesmo, desde simples restos de peixes e mariscos que produzem mau cheiro e atraem moscas e mutucas, até partes grandes de equipamento de pesca. A fiscalização da Capitania dos Portos, ou seja lá qual for o órgão público que deveria fiscalizar o uso dessas praias, não costuma cumprir sua missão, de modo que cenas de imundície e depredação são a regra pelo litoral brasileiro. Dessa vez, felizmente, não assistimos ao triste espetáculo da ação da mão podre do homem.

Chegando na Praia Triste

Fica até bonitinho: Trieste na Praia Triste

Limpeza!

Maria Helena toma vinho enquanto atende o celular (!) na praia da Ponta Grande

      Quarenta minutos depois embarcamos. O trecho final da volta levou apenas meia hora. O swell foi progressivamente diminuindo à medida que avançávamos para o interior da enseada, até praticamente desaparecer em frente ao Delmar Residencial. O dia agora estava bem feio, o céu carregado e uma brisa fria e úmida constante. A maré enchente que se fizera notar durante todo o passeio talvez estivesse agora na preamar. Apesar do tempo, muitas pessoas estavam por ali na praia, e o vendedor de mariscos prosseguia seu trabalho com as ondas varrendo as canelas. Levamos as tralhas todas para o chuveiro externo do residencial e as lavamos. Foi só levar tudo pro apê, a chuva desabou com muito vento! E não passou mais. Eta dia bem aproveitado! Confira o vídeo de 4 minutos sobre esta remada.

Remando forte na volta

A rota

Dados da Remada
Distância total percorrida: 13 km
Velocidade média: 6,0 km/h cravados
Tempo total do passeio: 4 horas
Número de desembarques durante o passeio: 3
Consumo de bebidas: uma garrafa de vinho chileno e muita água mineral
Alimentos consumidos: cookies de chocolate


4 comentários:

  1. Que legal Trieste e Maria Helena!!! Olha... a Maria Helena tem muito mais ânimo que eu! Nossa!!!! Eu acho que eu não me animaria a remar com essas condições. Mas que bom que conseguiram aproveitar um pouco. Não tenho certeza mas acho que fizemos este trecho quando remamos de Porto Belo até Tijucas. Tomara que a chuva dê uma trégua para que vocês consigam remar mais um pouco. A chuva... porque o frio não vai dar trégua não! Bjinhos! Boas férias!

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  2. Olha, se tivesse sol pra valer acho que até sentiríamos um calorzinho. Mas sem sol a coisa realmente é bem diferente. Ainda bem que tínhamos levado um vinho!

    Trieste

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  3. Adorei! Aventureiros! Abraços
    Marilia

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    1. Obrigado Marília, fico contente em saber que vc se divertiu.

      Trieste

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